quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Taquaritinga completou 120 anos de sua fundação dia 16 de agosto

História de Taquaritinga: 

Por: Davi Marques Pastrelo

A vila que deu origem à Taquaritinga foi fundada em 8 de junho de 1868 com o nome de Vila de São Sebastião dos Coqueiros. A cidade possuiu vários nomes antes do atual, Taquaritinga, é originário do Tupi-Guarani e significa " Água branca da taquara", os termos takûara (taquara), 'y (água) e tinga (branco).

Em 25 de julho de 1892, foi elevada à distrito de Jaboticabal com o nome de Ribeirãozinho. Em 16 de agosto de 1892 foi elevado à município, no entanto, o nome Taquaritinga somente foi adotado em 25 de novembro de1907.

Fundada com a doação de terras de proprietários rurais liderados por Bernardino José de Sampaio, uma área de 64 alqueires na Fazenda Boa Vista próxima às margens do Ribeirão dos Porcos. As terras eram avaliadas em 180 000 réis, foram doadas para constituírem a localidade de São Sebastião dos Coqueiros, o nome era devido à abundância desta árvore na região.

O marco para a construção de Taquaritinga é onde atualmente se encontra a Praça Doutor Waldemar d'Ambrosio (antiga Praça Centenário), desde 1992 é usada a Praça 1º de Maio.

A vila entretanto, teve início na margem direita do riacho Ribeirãozinho, local conhecido como baixada do Sapo. Historiadores registram que o primeiro casebre, construído de pau-a-pique é atribuída ao caboclo Joaquim Gerônimo. O local servia de “o pouso” para viageiros, transportadores de boiadas e tropas, provenientes do latifúndio de José Francisco de Castilho, o “Capa Preta”, dono da sesmaria que se estendia do sertão de Araraquara até o rio Tietê. Na atual rua Hermínio Piva, próximo de onde hoje está instalado o Frigorífico Taquaritinga.

Bernardino José de Sampaio nasceu em 13 de novembro de 1831 em Araraquara. Doou quinze dos 64 alqueires doados em 1868, em 1870 morava na Fazenda Paraguaçu, onde iniciou a primeira cultura de café. Em 25 de julho de 1892, foi eleito o primeiro juiz de Paz, em 22 de dezembro do mesmo ano foi eleito primeiro presidente da câmara. Faleceu em 22 de abril de 1896, aos 65 anos, seu corpo foi o primeiro a ser sepultado na atual necrópole.

A REVOLTA DO RIBEIRÃOZINHO

O final do século XIX e início do século XX no Brasil e em São paulo foi marcado pela disputa entre Republicanos e pessoas que se opunham e pretendiam restaurar a Monarquia no Brasil, com a coroação do príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança.

O então presidente da República era Campos Salles, o levante em Taquaritinga, na época chamada de Ribeirãozinho teve início em 23 de agosto de 1902. Às três horas da manhã alguns homens cercaram a cidade e proclamaram a Monarquia, invadiram a delegacia, onde depuseram o delegado Virgílio Nogueira, deixando Thomaz Mendonça como interino.

Avelino Nogueira tomou a estação ferroviária e disparou mensagens de telégrafo para diversos locais, comunicando que o regime monárquico havia sido restaurado em Ribeirãozinho. Os cerca de 200 revoltosos pretendiam seguir para Araraquara e de lá ir à São Paulo participar do jantar em homenagem ao Imperador empossado. O aviso no entanto, não veio no dia seguinte, o telegrama que chegou avisava que o Governo Republicano não tinha aceitado a notícia da revolta e que havia preparado um contra ataque.

O telegrama trazia a mensagem: “Não venham mais. Revolta fracassou. Segue trem especial 400 praças”. Neste momento ficaram sabendo que apenas em Ribeirãozinho e em Espírito Santo do Pinhal o movimento foi levado à sério.A restauração da Monarquia em Taquaritinga durou pouco mais de um dia e o fato entrou para a História como a Revolta do Ribeirãozinho. Até hoje a coroa imperial está representada nos símbolos municipais.

Os líderes da campanha foram Joaquim Matheus Côrrea, Pedro Paulo Côrrea, Leonardo Botelho, Thomaz Sebastião de Mendonça, João de Toledo Lara, coronel João Ferreira de Castilho, Dr. Augusto de Castilho, Dr. Eulógio de Matos Pitombo, coronel Gustavo Augusto de Moraes, José Ferreira Leite, Alberto Costa Osório de Souza e Avelino de Negreiros, dentre outros.

A revolução constitucionalista de 1932:

A Revolução Constitucionalista de 32 foi o maior conflito militar da história brasileira no século passado. O estado de São Paulo tinha como objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o país e o separatismo do estado.
Taquaritinga teve participação decisiva no confronto enviando mais de 300 homens ao front. Os voluntários assinaram um livro que está até hoje na Prefeitura Municipal. As mulheres contribuíram com a costura de fardas, enquanto os homens que não puderam ir cuidavam das famílias daqueles que foram para a guerra.

No coreto da praça que depois se chamaria “9 de Julho”, (atualmente Praça Dr. Horácio Ramalho), foi instalado um alto-falante, de onde se transmitiam notícias do front. Três taquaritinguenses morreram durante os conflitos: Clineu Braga de Magalhães, Dilermando Dias dos Santos e Octávio dos Santos Calheiros.

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